Expo 2015, em Milão
Sem dúvidas a Expo 2015 era o evento mais esperado dos últimos tempos em terras italianas. A famosa e tradicional Exposição Universal abriu suas portas em maio e espera-se que até seu final, em 31 de outubro, receba 20 milhões de visitas. O tema da Expo é a alimentação e cada país deveria apresentar soluções sustentáveis para os problemas ligados à nutrição.
Eu deixei passar as altas temperaturas do verão pra poder visitar a Expo em setembro. Fui em uma sexta-feira esperando que não tivesse tanta gente, mas já na entrada percebi a maratona que iria enfrentar. Chegar no espaço onde é realizado o evento é muito fácil. Basta pegar o metro vermelho e descer na última estação Rho-Fiera. A passagem custa 2,50 euros. O ingresso da Expo eu já tinha desde dezembro e custava 39 euros.
Na entrada, uma filha quilométrica já às 9h15 da manhã. Um pouco de tumulto, mas passageiro. A gente passa por um metal detector e caminha para a entrada do evento. Eu fui direto ao Pavilhão Brasil, um dos primeiros. Você caminha por uma rede suspensa para chegar até o pavilhão e é realmente muito interessante e divertido. Mas fiquei decepcionada com o conteúdo. A biodiversidade, os recursos e belezas naturais do nosso país não foram ressaltados na mostra.
As filas para visitar os pavilhões são enormes e nem chegando cedo dá pra evitar. Cerca de 130 a 140 mil pessoas visitam a Expo todos os dias. Pense só. O Japão e os Emirados Árabes, dois dos pavilhões mais interessantes, tinham filas de 3h30 e 4h respectivamente. Então você tem que avaliar bem. Realmente devem ser lindos, mas se eu passasse esse tempo todo na fila, não poderia ver os outros países, então escolhi fazer um passeio em pavilhões com filas aceitáveis.
Vi a Coreia do Sul, com um pavilhão tecnológico muito bacana, staff de coreanos superfofos e simpáticos e muito atinentes ao tema. Vale a pena. Passei pelo Reino Unido, com um pavilhão sensacional do ponto de vista arquitetônico, com uma estrutura que representa uma colmeia de abelhas. A França também não decepcionou, o pavilhão é muito bonito.
Fui ainda na Eslovênia, Azerbaijão (lindo por fora, pouco interessante por dentro), Lituânia (bem legal), Chile(fila quilométrica, conteúdo interessante, mas pouca coisa pra ver), Nepal (onde comi muito bem) e Estados Unidos (a parede suspensa com ervas aromáticas é muito legal e exala perfume de plantas).
Além disso, achei interessante visitar os países menores que não tinham pavilhões próprios mas se reagrupavam com temáticas como produção de café, cacau, cereais: países africanos como Gana, São Tomé e Príncipe, Camarões, Zâmbia, Zimbábue e outros como Bolívia. Destaque também para a praça da biodiversidade, criada pelo Slow Food.
A estrutura da Expo está bem montada. Além da espetacular arquitetura dos pavilhões, as coisas estão bem organizadas. Tem muito banheiro (os que usei estavam bem limpos), lugares para sentar e descansar, muitos, mas muitos restaurantes e variedades para comer. Os pavilhões tinham restaurantes ou bares quer serviam as especialidades de cada país. Os preços não eram muito baratos, mas ok. O espetáculo da árvore da vida, à noite, é imperdível. Luzes, cores e cascatas de água acompanhadas de música emocionam os visitantes.
A minha dica para quem ainda pretende visitar a Expo é ler um pouco sobre os pavilhões e tentar separar os que mais te interessam visitar, mas não ficar preso à sua lista, já que muito provavelmente você vai se deparar com filas desanimadoras. Mas vale muito a pena, é uma ocasião muito bacana de conhecer outros países e sua cultura, além de ver algumas mostras interessantes e apreciar a arquitetura e a tecnologia dos pavilhões. Prepare-se para uma maratona. Eu cheguei às 9h da manhã e fui embora às 10h da noite. Andei muito, me cansei demais e fiquei quebrada, mas valeu a pena.