Viver na Itália: segurança
Viver fora do nosso país implica muitas coisas, seja do ponto de vista prático que emotivo. É inevitável sentir saudades. Quando a gente escuta uma música, quando a gente lembra de um momento ou tem uma vontade inexplicável de abraçar um parente ou sentar com um amigo na mesa de bar para conversar. Por mais que a tecnologia hoje nos aproxime em tempo real, nada substitui a sensação de viver plenamente um momento ao vivo e a cores.
Quando a saudade bate forte, a gente começa a pensar nos motivos pelos quais estamos aqui, tão longe. E um deles, dos mais importantes, é a segurança. Não estão muito longe da lembrança os momentos em que eu entrava no carro e tinha de ser ágil. Bloquear portas, dar partida e precedentemente ter olhado por todos os lados para certificar-me de que não tinha ninguém “me esperando”. Angústia.
Eu moro em uma cidade média do norte da Itália e quando vou a grandes cidades frequentadas por turistas como Milão e Roma, a única coisa que me preocupo é de não dar mole com bolsas e mochilas, mas nunca tive medo de um assalto à mão armada ou uma agressão. O que pode acontecer por aqui, são pequenos furtos a pessoas distraídas, principalmente turistas.
Eu caminho à noite tranquilamente e não tenho medo de voltar pra casa. Nunca ouvi relatos de amigos e conhecidos que tenham passado por algum momento de medo e insegurança. A crise na Europa e no mundo tem trazido pra cá um grande número de imigrantes que na maioria das vezes não consegue facilmente uma colocação no mercado de trabalho. Este fato gera um desequilíbrio social e nos últimos tempos tenho visto algumas pessoas na rua pedindo esmola e isto é bem triste.
Aqui tem policiamento nas ruas, principalmente em lugares onde existe aglomeração de turistas e estações de trem, metrô. É sempre bom ficar alerta nestes locais. Como disse antes, ocorrem alguns furtos e a gente tem que prestar atenção às nossas bolsas e mochilas. Eu procuro evitar também becos escuros ou ruas muito ermas, mas por pura cautela de quem nasceu e cresceu no Brasil e teve de se acostumar com este medo diário.
Há poucos dias eu vi na TV, as imagens desesperadas de um pai que no meio do trânsito infernal da linha vermelha no Rio se esconde atrás do carro para proteger seu bebê de um tiroteio. E me lembrei também do medo que eu tinha de chegar na casa dos meus pais (em uma pequena cidade do interior de Minas) e descer do carro pra ter que abrir o portão. Finalmente eles colocaram um portão eletrônico. Eu me mudei de lá. E quando sinto saudades procuro pensar na segurança que eles também sentem em me ver aqui, protegida e feliz.
BOM DIA ISA, SOU DE SÃO PAULO, LI SEU DOCUMENTARIO SOBRE VIVER.NA ITALIA, ESTOU TIRANDO A MINHA CIDADANIA,POIS SOU APAIXONADA POR ESTA TERRA.ESTIVE AÍ EM 2014.QUANDO DESESPERADA POR AMOR À ITALIA,RESOLVI JUNTAMENTE COM MEU MARIDO,MORARMOS NA ITALIA.
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Muito obrigada pela atenção e desculpe-me pela liberdade tomada.
Doroti Helena Spinelli PIMENTEL.
Doroti,
Me manda um email,por favor: italiaperamore@gmail.com
Boa tarde, Isa!!!! Conheci seu snap há pouco tempo e, com ele, seu blog. Nasci e moro numa cidade pequena no Paraná. Gosto muito de viajar e, ultimamente, tenho conhecido, junte-nos com o meu marido, alguns (poucos) países. Acredito que a questão da segurança (ou falta dela) é uma preocupação global (assim como a questão da corrupção). Veja que até algum tempo atrás não raras eram as notícias de atentados cometidos pela máfia italiana e de escândalos políticos por corrupção. O Brasil é um país de muitos contrastes e desigualdades – o que, para muitos, justifica o aumento da criminalidade. De todo modo, fato é que a violência integra o nosso dia a dia de forma natural (até a nossa comunicação, na maioria das vezes, é violenta) porque fomos criados numa cultura de guerra e de dominação (exercicio do poder sobre o outro; nunca com o outro). Enfrentamos a violência e a criminalidade com mais violência. Atualmente tem se difundido, até pelo Conselho Nacional de Justiça, a necessidade de se adotar políticas publicas que enfrentem a questão com doses equilibradas de controle e apoio e favoreçam a disseminação de uma cultura de paz. Mesmo com todas as dificuldades e enfrentando um cenário político complicado, amo viver no Brasil e não penso em sair daqui (ao menos por enquanto). Emociono-me todas as vezes que, voltando das viagens que faço, vejo, da janela do avião, uma imensidão de terra cultivada, que mais parece um enormetabuleiro de xadrez. Parabéns pelo blog. ?
Cara Maria Estela,
Seja bem vinda. Fico feliz que siga o Snap e o blog. Sim, a questão da segurança é sim uma preocupação global. Os problemas existem aqui na Itália também. Como você bem disse, a ação da máfia, a corrupção (que na Itália também é grande) e infelizmente a questão do terrorismo. O problema é que no Brasil, essa violência faz parte da rotina e é muito difícil conviver com ela. Talvez você sinta menos por ser privilegiada em viver em uma cidade pequena. Eu sou de cidade pequena, mas morei em duas capitais, Belo Horizonte e Brasília e sempre frequentei cidades grandes como Rio e São Paulo. Eu tinha muito medo de andar na rua à noite. Mas concordo com você, nosso país é muito lindo e eu também me emociono quando pouso por aí. E no final o que a gente espera é mesmo a paz em todos os lugares. Um grande abraço.
Salve, Isa!
Bem, sou meio suspeito em falar de segurança na Itália. Quando por aí vivi em 1.985, o país passava por um momento econômico favorável, não era muito difícil encontrar alguma ocupação remunerada (não dá para chamar “lavoro nero” de emprego, não é mesmo?) e, enfim, existia uma aparente tranquilidade.
Porém, acabei presenciando certas situações pouco comuns até mesmo para nós brasileiros.
A mais bizarra delas, ocorreu em um passeio com um grupo de amigos esquiadores. Chegamos a uma chique estação de esqui ali pelos arredores de Belluno a noite. Nevava e foi difícil chegar ao apartamento onde ficaríamos para dormir. Não fazia a menor ideia do que encontraria na manhã seguinte. Pela manhã, duas surpresas: a primeira, pelo lugar onde estávamos, um sol radiante iluminava o conjunto de montanhas coberto de neve, avistadas da janela de meu quarto, um magnífico panorama. A segunda, com o carro que havíamos chegado até ali na véspera, “una bella Golf blu”… sem as rodas e apoiado em quatro pesados blocos de cimento. Haviam sido roubadas…
Oi Carlos Eduardo,
Puxa,que aperto. Mas ainda bem que o magnífico panorama (acredito das Dolomitas) tenha valido a pena, apesar da “brutta” experiência com o carro.
Um abraço
Isa, obrigada pelo retorno. O assunto que você aborda chamou-me a atenção pela atualidade mas, também, pela minha formação acadêmica (sou advogada e professora de uma universidade pública estadual). Uma ótima e abençoada semana pra você. Beijos.
Maria Estela,
Muito obrigada por compartilhar seu conhecimento e reflexão.
Um bjo grande,
isa
Quero muito viajar conhecer a Itália,pois sou descendente de italianos.Agora no momento estou fazendo gastronomia no Brasil.Mais quero muito me aperfeiçoar na gastronomia e com certeza irei conhecer a belíssima Itália e seus sabores.
Oi,Nicéia,
Que legal. Certamente a Italia tem muito a oferecer no teu setor da gastronomia.
Um abraço,
Isa
Ola, voce tem razao aqui na italia temos a seguranca que vem do Governo do sistema …logico temos sempre que fazer a Nossa parte .
Depois de treze anos aqui no norte da Itália fomos morar no Brasil , em Florianópolis .
Depois de três anos voltamos ? percebi eu Brasileira que ser pobre no Itália é bem diferente de ser pobre no Brasil…infelizmente .
Escolhi crescer meus filhos aqui não é fácil com o frio as saudades mas posso sempre trabalhar e juntar $$$$ para ir passear?.
Parabéns o seu blog é bem interessante ?
Oi,Daniela,
Sim, concordo com voce. Aqui as coisas sao mais acessiveis e as diferenças sociais nao sao tao marcadas quanto no Brasil. A saudade a gente administra e tenta viajar quando pode.
Um abraço,
Isa
Boa Tarde, Isabela! Eu também sinto uma enorme vontade de me mudar para outro país. Para isso é necessário estarmos legalmente dentro da Europa. Como meu pai é nascido no Brasil mas neto de Italianos e filho de um português, não é considerado brasileiro por naturalidade. Sendo assim, sinto enorme vontade! Já fui assaltada em frente a minha casa por dois sujeitos. Um deles com uma arma apontada para o pescoço de uma amiga que estava a direção de seu veículo parado. Por sorte conseguimos nos livrarmos e sairmos da situação sem grandes danos, apenas a perda do meu celular. Foi mesmo uma sorte! Quando penso que meu noivo morou 6 anos em Milão, e durante os últimos períodos me convidou a ir conhecer a cidade e a minha recusa. Quero morrer de catapora!!!! ( rsrsrs…….. brincadeira!). Estaria a chance, talvez quem saiba de uma mudança. Que boba que eu fui! Mas ainda penso nessa possibilidade. E sei que eu sentiria saudades daqui por deixar entes queridos. Mas temos que administrarmos e seguir em frente com as escolhas. E você fez uma bela escolha!
Um abraço
Cristina
Oi,Cris,
Não são escolhas fáceis. Ganhe-se por um lado, perde-se por outro. O importante é não desistir nunca de procurar nosso bem-estar.
Um abraço,
Isa
eh…pela questão da segurança MUITOS amigos está saindo do Brasil. Acho q vou sentir mais saudades das pessoas estando no Brasil do que indo pra Itália…rss.
Se vc tinha medo morando em cidade pequena, imagine eu, em Recife….só espero q a situação na Itália não se deteriore muito com a crise migratória e econômica.
bjos